quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

MULHER

Rasgou-se em mim esse tal estado mulher...e não foi um dado externo...rasgou porque me permiti ser atingida por esse sentimento intenso chamado desejo, porque permiti que o momento fosse mais forte que a minha razão e porque assumi todos os riscos que eu já há muito me privava...coloquei minhas recomendações de lado e me entreguei a simplesmente estar ali, pronta, para o que viesse...
com toda a velocidade me atirei e num instante estava bem ali, com o nariz colado no muro...
Fui o melhor que poderia ter sido, mas não era suficiente, éramos doses demais um para o outro, doses exacerbadas de perguntas e uma dose exacerbada de indecisão, doses cheias e carregadas num desejo que nos engolia em grandes pedaços, nos afogamos um no outro e não conseguimos nos encontrar em plenitude e não por uma incapacidade, mas por nosso desejo, o nosso, nos levou a todo esse mar revolto.
Encontrei estados terríveis por aqui, reacendi dúvidas e dores, descobri outras ainda mais intensas...fui mais uma vez até o limite do suportável e até além dele, descobri o caminho para sufocá-las como se de um momento pra outro tivesse que me atirar das pedras para dar uma chance ao que eu poderia resgatar do que era eu antes dessa avalanche toda começar, mas eu já não era a mesma e não voltaria a ser...uma vez atravessado todo esse caminho, os pés se lançaram nesse espaço (ou nesse vazio) e embora esse amor ou o que se possa chamar esse sentimento queime e provoque borburinhos aqui dentro, o vento dessa queda vai se encarregar de cicatrizá-las e então, sentirei novamente o contato dos meus pés no chão, nessa terra para novas recepções...
o mesmo mar agora cessa e se recompõe, minha pele quente mergulha em sua profundeza gélida não mais para me devorar, mas para me encaminhar a outros caminhos
as coisas precisam seguir e seguem num rumo outro, o tempo de tempestade acabou...

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