quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CENA

Imprimiu seus pés na areia na praia, quis ter pensamentos poéticos, mas só a concretude exata das coisas lhe rodeava.

Andou vagarosamente e pensou rumos diversos, as ondas os repeliram. Sentiu de novo o amor a invadir-lhe o corpo quente, olhou para o mar e desejou que lhe fosse companheiro. Imaginou-se na mesa de madeira de um ambiente à meia-luz com uma taça de vinho dentro de um teatro, à espera, sempre à espera das sensações. Pôs- se o desejo, quis ser mais bonita do que jamais pudera ser, quis plantar dentro de si os mais belos sentimentos e limpar-se de tudo o que não era bom, tudo para oferecer ao que ali adentrasse a maior alegria, para que pudesse dispor do que há de mais puro entre o simples.

Parou, devaneou e prosseguiu pensante nos faróis da cidade acesa, encoberta pela noite para que sua luz tornasse o ambiente ainda mais propício para suas iluminações.

Caminhou, convidou para si aquele clima que julgava trazer informações para bons pensamentos poéticos úteis para o futuro, úteis para o adubo da terra de buscava fertilizar dentro de si, terra para raros, terra para o afeto, terra para o que vier de bom.

Sua armação metálica e lentes esfumadas cor de terra com mel a protegiam do mundo, do mundo que ela mesma desejava ser invadida, das pessoas que ela gostaria de se aproximar. Temeu a si mesma e suas ervas daninhas ao suprimir suas mudinhas miúdas de terra de amor.

Cansou-se dali, de seus mau pensados e mau elaborados pensamentos poéticos, de sua cafonisse por coisas que só a trancavam para si, além de todo o mundo, não sabia lidar com ser, com ser sensível. Olhou as pessoas e as invejou por apenas vivendo terem mais vida que ela que desejaa a vida entir plenamente.

Um estado de ser que ela não conseguia sentir para si, de ser no mundo. Atrás de si um beijo aconteceu.

O vento lhe envolvia numa atmosfera do sentir e buscar sentir.

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