sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Vômito

Vomitarei cada palavra que me desce garganta a  baixo...
Deixarei sair dos meus poros cada lágrima que se converte em suor em nome dessa tal transformação.
Sim, eu procurei.
Sim, posso ser muito injusta e mal agradecida.
Sim, eu simplesmente não sei o que fazer...
É possível sentir os atravessamentos em todas as direções, e doem...como eles doem.
Queria o torpor anestésico e o poder de congelar o tempo, voltar atrás, passar em câmera lenta.
Será que assim seria melhor? ... ... ...
O mundo é capaz de engolir em grandes pedaços.
Você se monstrificaria?
Admitir a pequenês afinal o que é?
Meu vômito hoje está repleto de uma matéria em que, nesse momento, não sou capaz de atribuir nome algum.
Paro.
Sigo.Arrastada...
Caminhocorrotropeçoecaio.levanto.
Continua.

Leve, com um suspiro.


Sopro no ouvido as palavras doces e ainda cheias de açucar e todo o mel com que há pouco nos lambuzávamos.
Lá fora tudo é caos...mas aqui dentro o caos não é mal-vindo meu amor...Ele nos propulsiona, ele nos faz mover.
Entre ondas, entre voltas desconfortáveis... encontro o seu colo: arredio, provisório, tão necessário...
É efêmero...é delicado...é intenso...quanto mais anseio beber, menos tenho...Doses e medidas desencontradas e extasiantes...É preciso deixar cultivar. 
Eu não sei o caminho. Você vem comigo?
Em teu sorriso, em tua presença...cada pedaço de vida se torna raro, puro e essencial...
Leve, como um suspiro doce. Você me ensina a respirar?


Viverei com você, de suspiro em suspiro...